Sem definições padronizadas das técnicas incluídas em
intervenções de mudança de comportamento, é difícil replicar fielmente intervenções eficazes e desafiador identificar
técnicas que contribuem para a eficácia entre intervenções.
Essas descobertas demonstram a viabilidade de desenvolver definições padronizadas de
BCTs incluídas em intervenções comportamentais e destacam a variabilidade problemática no relato do
conteúdo da intervenção.
As diferenças no conteúdo das intervenções de mudança de comportamento impactam na eficácia?
Se sim, quais técnicas ou combinações de técnicas aumentam a eficácia?
As respostas a essas perguntas são cruciais para os projetistas de intervenções de mudança de comportamento.
Estamos falando de empresários, gerentes, líderes e liderados.
Para responder a essas perguntas é necessário identificar técnicas comuns e diferenças.
Por exemplo, bsta apenas estabelecer metas?
Ou é necessário incluir metas, automonitoramento e feedback?
Por exemplo, um revisor ou gerente pode observar que algumas intervenções empregam apenas o estabelecimento de metas, enquanto outras combinam o estabelecimento de metas com automonitoramento e feedback.
Se o último grupo fosse considerado consistentemente mais eficaz
do que o primeiro, isso indicaria que a combinação dessas três técnicas (em vez do
estabelecimento de metas apenas) era crítica para a eficácia.
No entanto, a efetividade não só depende disso, depende de mais fatores e formas de aplicar , padronizar e comparar.
Consequentemente, diferentes revisores ou gestores, usam diferentes abordagens para categorizar
o conteúdo da intervenção.
Isso pode significar que técnicas particulares ou características de conteúdo que distinguem
entre intervenções permanecem não identificadas. Se tais diferenças de conteúdo “invisíveis” forem associadas
à eficácia, os pesquisadores permanecerão inconscientes de como o conteúdo da intervenção determina
a eficácia, impedindo assim o design de intervenções com eficácia ideal.
A meta-análise das ésquisas demonstrou que a inclusão de técnicas particulares de intervenção está
associada à eficácia … por exemplo, fornecimento de informações factuais, argumentos atitudinais e argumentos normativos) poderiam ser identificadas de forma confiável em descrições publicadas de intervenções projetadas para promover o uso de preservativos.
Por exemplo, a aplicação de “argumentos normativos” têm resultados diferentes em função de faixas etárias e são mais efetivas, de uma forma geral, na faixa etária mais jovem.
Os resultados geraram recomendações para designers de intervenção e permitiram testes de teoria.
Teorias como a teoria raciocinada de ação (Fishbein & Ajzen, 1975) foram apoiadas porque a inclusão de argumentos atitudinais foi associada à eficácia, assim como a inclusão de argumentos normativos (para jovens).
Por outro lado, teorias que defendem o uso de apelos ao medo não foram apoiadas porque a inclusão de argumentos indutores de ameaça
não foi associada à eficácia para nenhum público.
Assim, caracterizar intervenções em termos de técnicas compartilhadas e distintas e relacionar tais caracterizações à eficácia pode descartar
ou apoiar potenciais processos de mediação (ou mudança), distinguindo assim entre relatos teóricos concorrentes de mudança de comportamento.
Na ausência de tal caracterização, as
implicações das avaliações de intervenção para o desenvolvimento teórico podem permanecer obscuras
(Rothman, 2004).
Consequentemente, é possível que associações entre técnicas atualmente identificadas incluídas em intervenções e
eficácia da intervenção possam ser ofuscadas por diferenças de conteúdo não categorizadas.
A necessidade de sistemas de categorização mais abrangentes é ainda mais enfatizada por revisões de outros
domínios comportamentais (por exemplo, Webb & Sheeran, 2006).
… Assim, uma gama de definições de técnicas de mudança de comportamento é necessária para
relacionar de forma abrangente a eficácia ao conteúdo da intervenção em todos os domínios comportamentais,
esclarecendo assim quando e como o conteúdo importa para a eficácia.
No ambiente empresarial isso pode ser feito ao longo do tempo no processo de gestão – nos estáfgios de planejamento, execução, controle e ajustes de tarefas.
Progresso considerável foi feito na padronização da descrição de “argumentos comportamentais” para relatar (1) o conteúdo ou elementos da intervenção, (2) características daqueles que realizam a intervenção, (3) características dos destinatários, (4) o ambiente (por exemplo, local de trabalho), (5) o modo de entrega (por exemplo, face a face) (6) a intensidade (por exemplo, tempo de contato), (7) a duração (por exemplo, número de sessões em um determinado período) e (8) adesão aos protocolos de entrega. Essa padronização combinada com o uso de medidas padrão de mudança de comportamento (por exemplo, Semaan et al., 2002) deve acelerar muito a identificação de fatores associados à mudança de comportamento.
Técnicas particulares baseadas em teoria e combinações de técnicas foram claramente
definidas (por exemplo, entrevista motivacional; Rollnick & Miller, 1995). Nesses casos, os revisores podem
razoavelmente assumir que diferentes equipes de pesquisa que aplicam essas técnicas estão usando
procedimentos semelhantes e, portanto, provavelmente estão provocando os mesmos processos de mudança subjacentes.
Além de promover a identificação de técnicas de intervenção associadas à eficácia
e facilitar o teste de teorias por meio de meta-análises, descrições padronizadas do
conteúdo da intervenção facilitariam a fidelidade da operacionalização da intervenção em estudos de replicação e
aplicações.
A variabilidade atual nas descrições da intervenção pode inibir a adoção fiel de
intervenções eficazes (por exemplo, por agências de promoção da saúde), restringindo assim sua contribuição para a prática baseada em evidências (Bellg et al., 2004; Michie & Abraham, 2004; Nation et al., 2003).
Isso é especialmente provável se, como costuma ser o caso, manuais de intervenção detalhados e avaliações de
adesão aos protocolos não estiverem disponíveis. Por exemplo, se uma técnica associada à eficácia
não for identificável nas descrições de intervenção disponíveis, é provável que as agências que a adoptam a omitam.
Se tal taxonomia confiável fosse desenvolvida, ela poderia ser usada para identificar técnicas específicas incluídas em uma gama de intervenções de mudança de comportamento, esclarecendo, assim, diferenças e similaridades no conteúdo da intervenção (por exemplo, entre aquelas que visam comportamentos semelhantes em cenários semelhantes). Essa caracterização detalhada facilitaria a exploração do impacto das diferenças de conteúdo na eficácia. Além disso, uma taxonomia de técnicas forneceria a base para descrições padronizadas do conteúdo da intervenção em artigos e manuais publicados, o que aumentaria a fidelidade da replicação.
Primeiro, o modelo transteórico (Prochaska, DiClemente &
Norcross, 1992) especificou 10 processos de mudança de comportamento,
- Elevação da consciência,
- Auto -reavaliação,
- Autolibertação,
- Contracondicionamento,
- Controle de estímulos,
- Reforço,
- Relacionamentos de ajuda,
- Alívio dramático,
- Reavaliação ambiental e
- Libertação social.
(1) consciousness raising, (2) self
re-evaluation, (3) self-liberation, (4) counter conditioning, (5) stimulus control, (6) reinforcement, (7)
helping relationships, (8) dramatic relief, (9) environmental re-evaluation and (10) social liberation.
Em segundo lugar, numa revisão de intervenções concebidas para prevenir o ganho de peso, Hardeman, Griffin, Johnston,
Kinmonth e Warehman (2000) utilizaram 19 métodos de mudança de comportamento para descrever
o conteúdo da intervenção, nomeadamente, (
- (1) especificar uma meta comportamental.
- (2) automonitoramento.
- (3) concordar com um contrato.
- (4) fornecer incentivos dependentes do comportamento.
- (5) usar tarefas graduadas.
- 6) aumentar habilidades.
- (7) ensaio de habilidades.
- (8) gerenciamento do estresse.
- (9) planejamento.
- (10) uso de prompts ou dicas.
- (11) mudar o ambiente.
- (12) apoio ou encorajamento social.
- (13) comunicação persuasiva.
- (14) informações sobre resultados comportamentais,
- (15) uso de mensagens personalizadas,
- (16) modelar ou demonstrar um comportamento.
- (17) definir dever de casa.
- (18) experimentos pessoais para coletar dados e
- (19) tarefas experienciais para mudar a motivação.
(1) specifying a behavioral goal, (2) self-monitoring (3) agreeing a contract, (4)
providing incentives contingent on behavior, (5) using graded tasks, (6) increasing skills, (7)
rehearsal of skills, (8) stress management, (9) planning, (10) use of prompts or cues, (11) changing
the environment, (12) social support or encouragement, (13) persuasive communication, (14)
information about behavioral outcomes, (15) use of personalized messages (16) modeling or
demonstrating a behavior, (17) setting homework (18) personal experiments to gather data and
(19) experiential tasks to change motivation
Meta-análise de intervenções projetadas para aumentar a atividade física, Conn, Valentine e Harris (2002) identificaram 20 componentes de intervenção separados.
Estes foram
- Modificação comportamental,
- Modificação cognitiva,
- Estímulo a maior comprometimento
- Uso de recompensas,
- Concordar com um contrato,
- Considerar vantagens e desvantagens de um comportamento,
- Fornecer uma aula supervisionada em um horário definido,
- Prescrição comportamental,
- Fornecer feedback sobre desempenho,
- Teste de aptidão,
- Definição de metas,
- Fornecer informações sobre …
- Fornecer avaliações de risco à saúde,
- Treinamento de prevenção contra recaída
- Autogestão,
- Automonitoramento.
- Proporcionar oportunidades de observar outros realizando o comportamento.
- Apoio social.
- Controle de estímulo
- Reestruturação do pensamento.
Após análises conceituais e teóricas das definições de técnica, um
manual de codificação de cinco páginas foi escrito (que está disponível mediante solicitação). Isso inclui
instruções de codificação sobre como identificar técnicas em descrições de intervenção e definições de 26
técnicas de mudança de comportamento. Este manual pode ser usado para verificar se uma
descrição de intervenção se refere a qualquer ou a todos os 26 BCTs definidos. Definições abreviadas são fornecidas na
tabela 1. Além de técnicas de mudança individuais, a lista inclui quatro conjuntos comumente aplicados de
Technique (Theoretical Framework) Definition
Time management Helping the person make time for the behavior (e.g., to fit it into a daily schedule).
Provide information about behavior-
health link. (IMB)
General information about behavioral risk, e.g., susceptibility to poor health outcomes or
mortality risk in relation to the behavior.
Provide information on consequences
(TRA, TPB, SCogT, IMB)
Information about the benefits and costs of action or inaction, focusing on what will happen if
the person does/ does not perform the behaviour.
3 Provide information about others’
approval (TRA, TPB, IMB)
Information about what others’ think about the person’s behavior and whether others will
approve or disapprove of any proposed behavior change.
Prompt intention formation
(TRA, TPB, SCogT, IMB)
Encouraging the person to decide to act or set a general goal e.g., to make a behavioral
resolution such as “I will take more exercise next week”.
Prompt barrier identification (SCogT) Identify barriers to performing the behavior and plan ways of overcoming them.
Provide general encouragement (SCogT) Praising or rewarding the person for effort or performance without this being contingent on
specified behaviors or standards of performance.
27
Set graded tasks (SCogT) Set easy tasks, and increase difficulty until target behavior is performed.
Provide instruction (SCogT) Telling the person how to perform a behavior and/ or preparatory behaviors.
Model/ demonstrate the behavior (SCogT) An expert shows the person how to correctly perform a behavior e.g., in class or on video.
Prompt specific goal setting (CT) Involves detailed planning of what the person will do including a definition of the behavior
specifying frequency, intensity or duration as well as specification of at least one context, i.e.,
where, when, how or with whom.
Prompt review of behavioral goals (CT) Review and/or reconsideration of previously set goals or intentions.
Prompt self-monitoring of behavior (CT) The person is asked to keep a record of specified behavior/s (e.g., in a diary).
Provide feedback on performance (CT) Providing data about recorded behavior or evaluating performance in relation to a set standard
or others’ performance. Person received feedback.
Provide contingent rewards (OC) Praise, encouragement or material rewards that are be explicitly linked to the achievement of
specified behaviors.
Teach to use prompts/ cues (OC) Teach the person to identify environmental cues which can be used to remind them
to perform a behavior, including times of day, contexts or elements of contexts.
Agree behavioral contract (OC) Agreement (e.g., signing) of a contract specifying behavior to be performed so that there is a
written record of the person’s resolution witnessed by another.
28
Prompt practice (OC) Prompt the person to rehearse and repeat the behavior or preparatory behaviors.
Use follow up prompts Contacting the person again after the main part of the intervention is complete.
Provide opportunities for
social comparison (SCompT)
Facilitate observation of non-expert others’ performance e.g., in a group class or using video or
case study.
Plan social support/ social change
(social support theories)
Prompting consideration of how others’ could change their behavior to offer the person help or
(instrumental) social support, including “buddy” systems – and/or providing social support.
Prompt identification as role model Indicating how the person may be an example to others and influencing their behavior or
providing an opportunity for the person to set a good example.
Prompt self talk Encourage use self instruction and self encouragement (aloud or silently) to support action.
Relapse prevention
(Relapse Prevention Therapy)
Following initial change, help identify situations likely to result in re-adopting risk behaviors or
failure to maintain new behaviors and help the person plan to avoid or manage these situations.
Stress management
(stress theories)
May involve a variety of specific techniques (e.g., progressive relaxation) which do not target
the behavior but seek to reduce anxiety and stress.
Motivational interviewing Prompting the person to provide self-motivating statements and evaluations of their own
behavior to minimize resistance to change.
Technique (Theoretical Framework) Definition
- Provide information about behavior-
health link. (IMB)
General information about behavioral risk, e.g., susceptibility to poor health outcomes or
mortality risk in relation to the behavior. - Provide information on consequences
(TRA, TPB, SCogT, IMB)
Information about the benefits and costs of action or inaction, focusing on what will happen if
the person does/ does not perform the behaviour.
3 Provide information about others’
approval (TRA, TPB, IMB)
Information about what others’ think about the person’s behavior and whether others will
approve or disapprove of any proposed behavior change. - Prompt intention formation
(TRA, TPB, SCogT, IMB)
Encouraging the person to decide to act or set a general goal e.g., to make a behavioral
resolution such as “I will take more exercise next week”. - Prompt barrier identification (SCogT) Identify barriers to performing the behavior and plan ways of overcoming them.
- Provide general encouragement (SCogT) Praising or rewarding the person for effort or performance without this being contingent on
specified behaviors or standards of performance.
27 - Set graded tasks (SCogT) Set easy tasks, and increase difficulty until target behavior is performed.
- Provide instruction (SCogT) Telling the person how to perform a behavior and/ or preparatory behaviors.
- Model/ demonstrate the behavior (SCogT) An expert shows the person how to correctly perform a behavior e.g., in class or on video.
- Prompt specific goal setting (CT) Involves detailed planning of what the person will do including a definition of the behavior
specifying frequency, intensity or duration as well as specification of at least one context, i.e.,
where, when, how or with whom. - Prompt review of behavioral goals (CT) Review and/or reconsideration of previously set goals or intentions.
- Prompt self-monitoring of behavior (CT) The person is asked to keep a record of specified behavior/s (e.g., in a diary).
- Provide feedback on performance (CT) Providing data about recorded behavior or evaluating performance in relation to a set standard
or others’ performance. Person received feedback. - Provide contingent rewards (OC) Praise, encouragement or material rewards that are be explicitly linked to the achievement of
specified behaviors. - Teach to use prompts/ cues (OC) Teach the person to identify environmental cues which can be used to remind them
to perform a behavior, including times of day, contexts or elements of contexts. - Agree behavioral contract (OC) Agreement (e.g., signing) of a contract specifying behavior to be performed so that there is a
written record of the person’s resolution witnessed by another.
28 - Prompt practice (OC) Prompt the person to rehearse and repeat the behavior or preparatory behaviors.
- Use follow up prompts Contacting the person again after the main part of the intervention is complete.
- Provide opportunities for
social comparison (SCompT)
Facilitate observation of non-expert others’ performance e.g., in a group class or using video or
case study. - Plan social support/ social change
(social support theories)
Prompting consideration of how others’ could change their behavior to offer the person help or
(instrumental) social support, including “buddy” systems – and/or providing social support. - Prompt identification as role model Indicating how the person may be an example to others and influencing their behavior or
providing an opportunity for the person to set a good example. - Prompt self talk Encourage use self instruction and self encouragement (aloud or silently) to support action.
- Relapse prevention
(Relapse Prevention Therapy)
Following initial change, help identify situations likely to result in re-adopting risk behaviors or
failure to maintain new behaviors and help the person plan to avoid or manage these situations. - Stress management
(stress theories)
May involve a variety of specific techniques (e.g., progressive relaxation) which do not target
the behavior but seek to reduce anxiety and stress. - Motivational interviewing Prompting the person to provide self-motivating statements and evaluations of their own
behavior to minimize resistance to change. - Time management Helping the person make time for the behavior (e.g., to fit it into a daily schedule).
- Time management Helping the person make time for the behavior (e.g., to fit it into a daily schedule).
Como executar e replicar intervenções padronizadas e sistematizadas para “mudar coportamentos”?
Como replicar intervenções eficazes?
Como replicar
Este check list (taxonomia) vinculada à teoria de técnicas de mudança de comportamento.
Sua origem advem de pesquisa testando técnicas utilizadas em manuais de intervenção geralmente aplicados.