A mediação de aprendizagem é um tipo especial de interação que ocorre entre aprendizes/alunos/mediados e o mediador/facilitador, com o intuito de melhorar a qualidade do ensino e aprendizagem ma empresa.
12 critérios de Mediação.
Reuven Feuerstein propôs 12 critérios de mediação para que ocorra uma aprendizagem significativa.
Intenção e Reciprocidade
Significado
1. Intencionalidade e Reciprocidade
A intensionalidade e reciprocidade são indissolúveis e fundamentais na mediação.
Criar intencionalidade … mediador interagir com o mediado e provocar um desequilíbrio planejado, através de perguntas para atrair a atenção do mediado e despertar nele a necessidade de aprendizagem cognitiva ou emocional e depois, ajudá-lo na jornada de aprendizagem.
Criar a reciprocidade … envolve troca e permuta, avaliar a resposta do mediado, se está receptivo, comprometido e engajado no processo de mediação, medir reações e respostas do mediado, com simulação de situações, problemas e desafios a serem solucionados.
O mediador com intencionalidade muda os estímulos, faz com que sejam mais poderosos e enfatizados, mais compreensíveis e importantes para o mediado, porém, se o mediador observar que suas intervenções não estão sendo eficazes, ele deverá adaptá-las para garantir que o que está sendo retratado será absorvido pelo mediado.
2. Significado.
- A mediação de significado foca no conteúdo transferido e explicado, sua importância, porque precisa ser aprendido, quais os caminhos para aprender.
- Atribuir e compartilhar signos, sinais, significados e valores, comunicar, socializar, aculturar gerações e times.
- Atribuir significado afetivo e social nas tarefas e atividades de aprendizagem, tornando-as relevantes para o mediado.
3. Transcendência
- O mediador deve ligar uma atividade específica com outras.
- A mediação cria pontes e redes entre a atividade/tarefas imediata e relacionadas.
- A mediação não se limita a satisfazer as necessidades ou resolver problemas imediatos.
- Visa ensinar olhando para o futuro, para mudanças de contextos, situações além do “aqui e agora”.
- A mediação busca o pensamento reflexivo, crítico e prático, sobre o que está subjacente à situação, de modo a estendê-la e exportá-la de/para outros contextos.
4. Sentimento de Competência
- Desenvolver a autoconfiança do mediado, empoderá-lo para executar tarefas e desafios.
- Distinguir o sentimento de competência e saber avaliar o nível real de copetência, de si e das equipes.
- Dar ferramentas, ambiente e condições para a autodiagnose/autointerpretação do desempenho.
- Atribuir ou justificar valor social e empresarial ao comportamento eficiente.
5. Regulação e Controle do Comportamento
- O mediador deve ajudar o mediado a desenvolver a capacidade/habilidade de metacognição … ou seja, usar ferramentas e métodos para se autoregular e automonitorar; aprender a aprender, pensar sobre as suas próprias formas de pensar.
- Reduzir a impulsividade do mediado, trabalhar autocontrole, etiqueta e conduta.
- Fazer o mediado pensar, pesquisar, aplicar e coletar a informação necessária para a resolução do problema.
6. Comportamento de Compartilhar
- Focar em ganhar consciência do interesse comum.
- Trabalhar em time e em rede para conexões e interações sociais e empresariais.
- Redirecionar a atenção do “eu” para “nós”.
7. Individualização e Diferenciação Psicológica
- Explorar e tirar proveito da personalidade única que cada indivíduo tem.
- Identificar diferenças interpessoais técnicas e táticas entre o mediado e o padrão de referência.
- Desenvolver a autonomia ( e autoconciência) do mediado.
8. Planejamento para alcance de Objetivos
- Discutir objetivos e metas.
- Mediar a significância, mensuração, acessibilidade, relevância e temporalidade dos objetivos e metas.
- Discutir os meios (estratégias) para alcançar os fins (objetivos e metas).
9. Mediar o Desafio
- Perceber o que é novo, o que precisa ser aprendido e aperfeiçoado.
- Identificar o que é mais difícil, requer mais esforço ou tempo.
- Desenvolver a automotivação, tranformar desafios em metas e objetivos.
10. Consciência da Modificabilidade Humana
- O mediador deve acreditar que o ser humano é um sujeito modificável, com capacidade de se modificar.
- Fazer o mediado perceber que ele é modificável é um poderozo determinante de mudanças.
- Perceber que depende do mediado estar consciente das contínuas mudanças que ocorre com ele.
- Mediador deve escolher as melhores estratégias.
11. Escolha da Alternativa Otimista
- A empresa deve ser um local para criar condições positivas. O que é possível? Como atingir? Quais são os meios? Qual o valor do esforço?
- Favorecer uma abordagem otimista e confiante, cria mecanismos para superar as dificuldades e gerar criatividade.
- Estimular no mediado a crença na possibilidade de resolver problemas, vencer obstáculos e corrigir deficiências.
12. Sentimento de Pertencer
- Fortalecer o pertencimento do indivíduo no grupo, na empresa, no time, etc.
- Desenvolver no mediado o espírito de coletividade.
a inteligência é plástica e modificável e que pode ser
desenvolvida em um ambiente de aprendizagem mediada criado a partir da teoria da
Experiência da Aprendizagem Mediada.
Feuerstein propôs 12 critérios de mediação.
[…] saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.
O professor tem deixado de ser um mero transmissor de conhecimentos para ser mais
um orientador, um estimulador dos alunos para construção de valores, atitudes e habilidades.
Os critérios de mediação de Reuven Feuerstein
A mediação da aprendizagem incorpora algumas características que a particularizam.
A ação do mediador deve selecionar, dar forma, focalizar, intensificar os estímulos e
retroalimentar o aprendiz em relação às suas experiências a fim de produzir aprendizagem
apropriada intensificando as mudanças no sujeito (MEIER e GARCIA, 2008).
“Fonte: Feuerstein e Feuerstein. Mediated Learning Experience (MLE) Theoretical, Pychosocial and
Learning Implications. London: ICELP, 1991.)
Desses 12 critrérios, há três deles que são concebidos como “universais”, que estão sempre presentes presentes em um ato mediado, são eles: 1) intencionalidade e reciprocidade, 2) significado e 3) transcendência.
mediação é o inter-relacionamento,
orientado pelo professor, entre ele, os alunos e o que se pretende ensinar, utilizando
linguagem, ação e recursos múltiplos.
a mediação está presente:
[…] quando o mediador faz perguntas, responde sobre suas
colocações e produções, problematiza o conteúdo, com o objetivo de colocar
o pensamento do time, grupo ou empresa em movimento e, também, quando estimula o
diálogarem entre si sobre suas atividades.
À medida que o ensino
passa a ser entendido como um processo de mediação, o professor passa a mediador, deixa de
ser o centro do processo para se tornar-se uma ponte para o conhecimento.
Assim, as perguntas costumeiras do professor, como: “o que
devo ensinar?”, “Como poderei ensinar todos os conteúdos?”, são
substituídas pelo mediador por: “quais são os conteúdos prioritários em termos de
compreensão dos alunos?”, “Como sei se eles estão compreendendo esses
conteúdos?”, “Quais as expectativas em relação às aulas, intervenções e o aprendizado como um todo?
A mediação exige disponibilidade e responsabilidade do mediador frente ao mediado … respeito ao ritmo pessoal, adaptação, conformidade com as situações, aceitar limites de cada um de forma não passiva.
O mediador precisa ser otimista e se sentir responsável, acreditar e mostrar para um indivíduo que ele pode ser mais consciente, moificar, ganhar mais competência, autonomia, contribuir de forma mais significativa, ser um indivíduo responsável por si, e por aquilo que acontece no entorno … precisa estar engajado. … quando nós acreditamos que isso é possível, é direito de mediadores e mediados tornar isso possível.
Reuven Feuerstein foi um dos pesquisadores que mais trabalhou nos processos de transmissão de cultura e conhecimento de uma pessoa.
Para ele, a aprendizagem humana se dá por duas formas: 1) experiência direta do aprendizado – que é a
interação do sujeito com o meio ambiente e 2) experiência da aprendizagem mediada que requer a presença e a atividade de um ser humano – mediador – para organizar, selecionar, interpretar e elaborar aquilo que foi experimentado.