As pessoas devem construir seu próprio conhecimento através da experiência e criação de esquemas ou modelos mentais do mundo, para serem reproduzidos, ampliados e refinados por meio de abstrações.
Piaget …
O construtivismo é uma teoria do conhecimento, desenvolvida por Piaget e se desdobra nos dias de hoje, que argumenta que o ser humano ganha conhecimento e gera significado principalmente devido a interação com suas experiências e abstrações (ideias).
O “sujeito construtivista” ou “sujeito epistêmico” tem determinadas características comportamentais diferenciadas.
A fundamentação teórica do construtivismo é que para construir alguma coisa, tudo é pensado e elaborado em razão de algum motivo teórico a ser necessariamente verificado na prática.
Construtivismo é uma teoria do conhecimento baseada nas relações entre sujeito e objeto.
Para o construtivismo, o sujeito conhecer é transformar o objeto e transformar a si mesmo.
Existe uma relação de dependência de causa e efeito entre teoria e prática explícita e respeitada.
O “sujeito do conhecimento” estabelece relações com o “objeto a ser conhecido”, sem desvalorizar o empirismo ou experiência de fatos e dados.
O sujeito e o objeto fazem parte do mesmo projeto.
Se interagem, são construídos simultaneamente ou se constroem.
O sujeito age e transforma o objeto.
O objeto ao ser transformado, reage ao processo.
Em efeito, o sujeito reage e refaz ou constrói novas ferramentas mais poderosas, e assim por diante, como uma expiral.
O conhecimento não nasce com o sujeito nem é fornecido pelo pelo meio social.
É o sujeito que constrói o seu conhecimento na interação com o meio físico e social.
Um transforma o outro.
Essa construção depende das condições do sujeito e do meio, empresa, habitação, cultura, educação.
Construção do conhecimento é um compromisso mútuo entre empresa e indivíduo.
Os conceitos “construtivismo e ser epistêmico” têm origem nos trabalhos de Piaget, considerado o inaugurador da “epistemologia genética” ou teoria que investiga a gênese do conhecimento e inteligência.
A ideia que o conhecimento vem da interação do sujeito com o objeto abraçada por Piaget, tem origem em Emmanuel Kant, mas se distingue pela perspectiva de estar centrada no sujeito e não na experiência … essa é a máxima do construtivismo.
Piaget para construir sua teoria aplicou métodos científicos e experiências que o sujeito passa desde a infância através de troca com o meio e descreveu vários tipos de abstrações, como reflexos, reflexões, abstrações empíricas, pseudo empíricas, reflexivas e metacognitivas.
No seu modelo cognitivo construtivista, o “ser episteme” (eu e você) reflete e reconstrói planos mentais, continuamente, através de reflexos e reflexões.
Considera que as estruturas cognitivas não nascem com o indivíduo e que a única característica pré-formada no ser humano é a “capacidade de criar relações”.
À exceção da habilidade de construir relações, as demais capacidades cognitivas são construídas e reelaboradas pelo sujeito ao longo do tempo, através de reflexos e reflexões, interdependentes e sinérgicas, que atual como uma espiral.
Cada nova informação atualiza não só o que se aprende mas também as formas e ferramentas por meio das quais se aprende.
Sempre existe uma transformação implícita ou explícita.
Para evoluir de uma camada cognitiva menor para uma maior, gerar um salto cognitivo, transformar abstrações implícitas em explícitas, é necessário que o sujeito refletir sobre novos reflexos e “se conscientizar” do salto cognitivo que representa essa relação.
Neste contexto, caminhos e saberes são adquiridos, outros são modificados, superados ou esquecidos.
A capacidade de aprender está diretamente relacionada, então com a interação, oportunidades de troca e acesso a informação.
É esse conjunto de características do sujeito e dos objetos do conhecimento no entorno dele que definem o ser epistêmico na visão de Piaget.
Conclui que o que há de comum em todos os sujeitos é a “capacidade de fazer relacionamentos”, fazerem operações mentais, abstrações como classificar, separar, assemelhar, agrupar, entre outras.
O que há de diferente é que cada sujeito é um ser único, subjetivo, social, influenciável por crenças, valores, opiniões, justificativas e conhecimentos.
A proposta construtivista busca um caminho do meio.
Se distancia tanto de concepções aprioristas (descritivas e a priori), quanto de concepções empiristas (positivistas, que rejeitam todo o tipo de conhecimento que não seja suportado pela ciência, como intuição por exemplo), mas não as desconsidera
No tempo de Piaget (1896 a 1980), o empirismo era fortemente representado pelo positivismo lógico, psicologia behaviorismo, não científica.
Gestalt foi outra teoria proposta de caráter apriorista que Piaget também se opôs.
Por ser de natureza cientificista, Piaget desenvolveu uma teoria que pudesse ser experenciada e ser sustentada empiricamente, sem recair na corrente do conhecimento positivista, mas não desprezando-o, o utilizando como referência e fronteira.
Ou seja, deixa claro que investigar um “problema positivo” não é o mesmo que aderir ao positivismo, que ignora ou subestima a atividade do sujeito em proveito unicamente da constatação ou da generalização das leis constatadas.
Na visão de Piaget o positivismo é uma doutrina de “fechamento da ciência”, à qual quer delimitar fronteiras definitivas, a algo que não tem fronteiras.
No construtivismo de Piaget a ciência é indefinidamente aberta e pode abordar qualquer problema desde que se encontre um método que realize o acordo entre os pesquisadores.
A construção de novos conhecimentos depende do que já sabemos.
Você aprende e constrói o seu próprio conhecimento do mundo experimentando coisas e refletindo sobre essas experiências.
O aprendizado científico, mais profundo que o entendimento e compreensão, exige autonomia e depende de “ferramentas científicas” para desenvolver as etapas dos “processos mentais” na sequência e forma corretas, para atingir o objetivo que você deseja.
Saber controlar a atenção e perguntar são processos cognitivos fundamentais para o aprendizado, já que estão no núcleo dos demais processos cognitivos, como criar, perceber, conectar, organizar, categorizar, memorizar, entender, compreender, repetir, aprender, comunicar, solucionar problemas, tomar decisões, e assim por diante.
Tendo as o processo de aprendizado como foco, na filosofia construtivista, o professor dá lugar ao facilitador para incentivar, examinar o processo de aprendizagem, examinar o conhecimento atual, identificar novos conceitos e aplicações, divulgar projetos e experimentos relevantes, discutir o aprendizado e experiências.