Existe uma grande distância entre o “apreender” e o “dizer aquilo que foi apreendido”.
Formular um enunciado acerca da realidade nunca foi uma tarefa fácil, visto que a linguagem sempre se mostrou insuficiente na hora de expressar a variedade de sensações que sentimos ao viver.
É como se ambas as ações fizessem parte de mundos distintos, cada qual com seus próprios referenciais e direcionamentos.
Filosofia e Conceitos
A filosofia teve seu início, como uma atividade reflexiva que objetivava comunicar de forma precisa aquilo que nos afeta.
Para isso, precisou formular conceitos que na verdade são termos capazes de exprimir aspectos variados da realidade.
Diante disso, todo conceito deve ser objetivo e, mesmo que não tão claro em um primeiro momento, precisa ser capaz de apontar com facilidade aquilo que pretende designar.
Podemos elencar uma lista de conceitos distintos que visam expressar uma mesma realidade e disputar entre si a capacidade de melhor comunicá-la.
A “água”, “ar”, “devir”, “ser”, “átomo”, “ideia”, “forma”, “substância” são todos conceitos que pretendem comunicar o que é a natureza e aquilo que faz com que ela permaneça sendo o que é, mesmo depois do fim de alguns de seus elementos.
Isso porque o tempo histórico em que vivemos demanda reflexão, uma vez que as narrativas e respostas para a origem e a constituição do mundo se mostram insuficientes, com o fluir do tempo, que tudo muda.
É necessário encontrar novas respostas e, novas maneiras de expressar novos conceitos.
Dessa forma estudar conceitos, usar a aprendizagem conceitual é uma ferramenta filosófica para analisar as mudanças e melhor descrevê-las e prevê-las.
Podemos dizer que a filosofia gera a ciência e vice versa, pois na medida em que as ciência procura extrair respostas da natureza, a filosofi cria conceitos para comunicá-las.
Em toda a história da humanidade encontramos essa mesma linha de raciocínio.
Por vezes, a filosofia encontrou sozinha suas respostas e criou seus próprios conceitos, mas em boa parte do tempo – principalmente a partir da modernidade – contou com a ajuda da ciência.
Uma influencia diretamente a outra, na medida em que o compreender faz pearte de comunicar.
O conhecimento pressupõe sempre a passagem do mundo exterior ao interior, do objetivo ao subjetivo, e isso por si só já é comunicação, sem precisar que o movimento inverso seja realizado.
A ciência por ser um instrumento objetivo e capaz de entender a realidade, é o instrumento mais influente na construção de novos conceitos.
Até conceitos elaborados antes do nascimento de alguns âmbitos científicos sofreram mudanças significativas com o seu avanço.
Já a filosofia, por sua vez, procura entender qual é a ligação que determinado conceito tem com o conhecimento científico e em que sentido ele contribui ou deixa de contribuir para as investigações da ciência.
A filosofia auxilia no desenvolvimento da ciência na medida em que repensa as maneiras como comunicamos as novas descobertas, redefinindo e criando novos conceitos que possam melhor referenciar a realidade aquilo que se quer apresentar.
Cada tempo histórico tem seus próprios conceitos que o representa e é tarefa da filosofia procurar experssá-los.
Com a revolução industrial e o crescente avanço tecnológico, surge a necessidade de discutir sobre a preservação, seleção e a disseminação e geração da informação e conhecimento como bens e serviços.
Em adição, o digital nos trouxe experiências inéditas, alargando a capacidade de adquirir e comunicar o conhecimento.
A comunicação entre máquinas extrapola a relação entre sujeito e objeto e traz um terceiro elemento na relações “sujeito-objeto” e “objeto-sujeito”.
A ciência da Informação surge, portanto, para estudar alguns desses novos aspectos da realidade contemporânea.