“Análise Dual é um modelo, método e ferramenta para desenvolver o raciocínio, e melhorar a capacidade de gestão e visão periférica, perceber, resolver problemas, fazer previsões e tomar decisões com maior confiança e precisão.
O objetivo deste sumário é explicar o “conceito de analise dual” e servir como “ferramenta cognitiva” (alavanca) para “aprender a aprender”, pensar sobre o pensar, olhar o sujeito como sujeito e como objeto do conhecimento.
Olhar a cena e nós dentro dela em várias perspectivas.
Entender princípios que norteiam diferentes formas do sujeito pensar e interagir com o objeto do seu conhecimento …
Como representamos ou modelamos a realidade para resolver problemas, tomar decisões, aprender, ensinar, planejar, desempenhar, controlar e ajustar tarefas?
Com isso, ajudar a refletir e aplicar conceitos da dialética – pensar lógico, investigativo, crítico – na prática da empresa?
Dualismo, monismo e pluralismo são diferentes correntes filosóficas que explicam diferentes formas do sujeito (eu e você) representar a mesma realidade única de forma diferente e perceber o mundo.
Dualismo
Dualismo é uma abordagem filosófica baseada na presença e análise de dois princípios, substâncias ou realidades opostas, irredutíveis entre si e incapazes de uma síntese e que têm uma subordinação recíproca.
É uma forma muito comum de pensar filosoficamente e cientificamente.
É um tipo de dialética.
Significa olhar a mesma coisa em perspectivas antagônicas e diferentes.
Ver a realidade como formada de duas partes opostas e complementares, polo e contrapolo, que não podem ser reduzidas uma à outra, mas que uma parte sempre tem efeito sobre a outra.
A dualidade nasce do princípio dialético de contrapor uma tese com uma antítese para chegar a uma síntes que englobe as duas (tese e antítese).
Dualidade é uma visão de mundo muito aceita na comunidade filosófica e científica.
Importância da Dualidade
A anáse dual se propõe a compreender a subjetividade humana e associação de conteitos à realidade para representá-la e fazer inferências.
Para as pessoas que pensam de forma dual, cada ação no ambiente “sempre” tem um efeito duplo de causa e efeito.
Qualquer evento é causa e efeito de outro.
Existe sempre uma cadeia de relações de causas e efeitos.
O conceito de dualidade é uma das questões filosóficas mais antigas.
Busca entender as várias formas que nós humanos percebemos e pensamos sobre o mundo e à partir daí como relacionamos e construímos conceitos.
Grandes filósofos e cientistas abordaram o “conceito dual” dentro das suas “filosofias”e métodos científicos e a interpretaram de diferentes formas, criando variações de conceitos e teorias.
O principal ponto a ser destacado aqui é que o método permite através de análise comparartiva de polos e contrapolos entre duas partes duais, analisar e sintetizar objetos do conhecimento de forma estruturada, mutuamente exclusiva e completamente exaustiva.
A análise dual permite, com a prática, identificar e desenvolver padrões de dualidade e aumentar a visão periférica, enxergar padrões no nascedouro e agir proativamente antes do efeito.
Quando aplicamos a análise dual trabalhamos o antagonismo para transitar entre polo e contrapoloe ganhar vérias perspectivas.
Permite imaginar e balancer perspectivas opostas, como polos e contrapolos, olhar de cima para baixo e de baixo para cima, de fora para dentro e de dentro para fora, no curto e longo prazos, de forma linear ou não linear, foco e periferia, eu e nós, e assim por diante.
De uma forma geral, podemos “dualizar” qualquer coisa.
Admitir sempre a coexistência de dois princípios necessários, de duas posições ou de duas realidades contrárias entre si … como causa e efeito.
Dualidade é um conceito também muito explorado pela matemática e inteligência artificial para identificar relacionamentos essenciais e marginais (ou perféricos) entre duas coisas, num contexto próximo, factível e limitado.
A análise dual pesquisa qualitativamente o saber racional, para compreender e modelar de uma forma específica a percepção e o pensamento, construir e desenvolver tarefas e gerenciar escopos e domínios de conhecimento.
Dualidade Onda e Partícula
As partículas:
ocupam uma posição no espaço,
são dotadas de massa,
têm forma definida,
são bem localizadas, isto é, pode-se determinar facilmente sua posição.
Já as ondas …
são perturbações no espaço,
não têm posição definida,
não têm massa,
são fenômenos que transportam energia,
estão sujeitas aos fenômenos de reflexão, refração, difração, interferência etc.
Apesar de serem coisas totalmente diferentes, do ponto de vista da física, toda partícula tem uma onda a ela associada e vice-versa.
Interessante observar que a forma como a matéria se expressa, seja em forma de onda, seja em forma de partícula, está relacionada à forma como ela é observada.
Monismo
Uma vez entendido o que é “dualismo”, fica mais fácil entender a forma de pensar do monismo e do pluralismo, os outros “estados mentais primários” do ser humano.
Monismo é a visão filosófica e aristotélica que vê a realidade como um todo e não dividida em duas partes (como o dualismo)
A máxima do monismo é: a essência da realidade se baseia em um princípio único e original.
Ou seja, existe a primazia de um fator sobre outro que faz parte dele.
Em vez de ver uma coisa como decomposta em duas partes como no dualismo, a visão monista vêm um todo único com seus atributos.
A forma de ver do monismos defende a unidade da realidade ou a existência de um único tipo de conceito, não a coexistência de dois, como no dualismo.
O monismo sempre busca a unidade, a visão holística, uma única forma de representação do todo.
O monismo é a postura que fixa semelhanças e conexões e nega diferenças e limites.
O dualismo é exatamente o contrário: ele nega semelhanças e conexões e fixa diferenças e limites.
Pluralismo
O pluralismo está em oposição ao monismo e dualismo.
É a doutrina da multiplicidade ou diversidade.
Afirma existirem muitas substâncias diferentes na natureza que constituem a realidade.
A visão pluralista defende diferentes tipos ou modos de ser.
Não existe apenas uma forma consistente de abordar verdades e sim muitas.
O Pluralismo é uma forma de pensar que muita vezes é associado com corrente filosófica pragmatica.
Afirma que afirma que o sentido de uma ideia corresponde ao conjunto dos seus desdobramentos práticos.
Exemplo de ferramentas usadas nessa linha de pensamento pluralista e pragmática é a análise de meios e fins que investiga meios e caminhos disponíveis e próximos, de forma heurística para chegar a soluções adequadas, suficientes e não necessariamente ótimas, onde os meios podem justificar os fins para se chegar a um objetivo maior.
Benefícios da Análise Dual
- Analisar, desamarrar o objeto do conhecimento.
- Criar e identificar relações.
- Distinguir o foco da periferia.
- Focar a atenção (concentrada).
- Acionar atenção difusa (periférica).
- Formular e avaliar paradigmas.
- Gerenciar escopo.
- Descrever contextos.
- Identificar divergências e convergências
- Trilhar “caminhos do meio”.
- Identificar padróes invisíveis aos olhos nus.
- Transformar cada tendêcia como um espelho do futuro.
- Identificar os sinais precoces de mudanças e tendências.
- Prever como mudanças irão impactar o futuro.
- Sensibilizar pessoas e empresas à proatividade.
- Ajudar a prever o futuro
A análise dual destaca a existência de duas características diferentes numa mesma pessoa ou num mesmo estado de coisas, uma bivalência.
É a doutrina que postula a existência de dois princípios supremos independentes, antagônicos e irredutíveis.
A dualidade como característica de um indivíduo trata-se do saber conviver com dois lados, equilibrando crenças com experiências.
Um exemplo disso seria no caso de uma pessoa que responde uma questão e a outra a aceita como correta, mesmo estando diferente de outras respostas, não taxando apenas como certo ou errado, mas permitir um meio-termo algo que estaria “meio-certo”.
Essa forma de pensar ajuda o cérebro a processar o erro, aprender com isso e em seguida o corrigir.
A dualidade é ainda algo que pode ajudar na resolução de problemas, posto que através dela se faz a consideração de diferentes perspectivas ou características duais, cada qual com polo e contrapolo.
Outro exemplo é quando numa história um personagem vive entre ações boas e ruins, se pode dizer que ele vive em dualidade, já que atua em simultâneo com comportamentos antagônicos.
Um conflito interno da pessoa, querer uma coisa e fazer outra ou mesmo não querer uma coisa e em seguida fazê-la, é uma dualidade.
Todas essas dualidades podem trazer confusão ou esclarecimento na mente de uma pessoa.
Há ainda o que é chamado de dualismo estrutural, que se configura em algo que possua duas vertentes antagônicas.
Já em matemática, dualidade trata-se da equivalência matemática de duas descrições teóricas que aparentemente são diferentes de um sistema físico … duas modelagens diferentes para representarem a mesma coisa.
A dualidade, então, faz a tradução de determinados conceitos, estruturas ou teoremas em outros.
Desenvolver a habilidade de representar a realidade de forma dual, monista ou plural é uma ferramenta de desenvolvimento da autoconsciência, empatia e sociabilidade.
É uma “ferramenta metacognitiva” no sentido de poder estar inserida como um acessório em todas as ferramentas cognitivas de gestão.
É uma ferramenta da inetlgência competitiva para aAcionar formas de pensar, perceber e pensar a mesma realidade de formas diferentes de acordo com situações e subjetividades.
Em outras palavras, tal como na física, o que determina se uma entidade quântica é uma onda ou uma partícula é o próprio ato da observação, pois é possível que se realize um experimento e se observe um comportamento corpuscular e um outro experimento revele um comportamento ondulatório – tudo graças às probabilidades da física quântica e da intenão do sujeito.