O racionalismo e o empirismo são duas escolas filosóficas que tentam entender o mundo à nossa volta. São frequentemente contrastados um com o outro, pois suas abordagens quanto ao conhecimento (epistemologia) são diametralmente opostas).
Os empiristas acreditam que nós aprendemos sobre o mundo através da experiência pregressa, enquanto para os racionalistas, a razão é a base para se entender qualquer coisa.
Ambas as visões podem ajudar alguém a obter conhecimento, com vantagens e desvantagens.
Nossos sentidos não mentem — sob circunstâncias normais — e a experiência pode demonstrar se um fenômeno se repete e portanto obedece certas leis ou se aconteceu ao acaso.
Os cientistas, por exemplo, usam experimentos para observar a realidade, coletar fatos e dados, fazer hipoteses, fazer experimentos testar hipóteses, usando um método científico.
A experiência é necessária, mas a percepção não é universal e sim subjetiva.
O que uma pessoa percebe como verdadeiro pode ser falso para outra.
Por exemplo, um objeto pode ser percebido de forma diferente pelos sentidos.
A percepção da realidade e sua interpretação é uniuca para cada ser humano.
Além disso, a percepção também é afetada por fatores externos: o mesmo experimento sob diferentes condições (temperatura, por exemplo) pode render resultados diferentes, despercebidamente para um pesquisador descuidado ou um profissional diante de um processo de tomada de decisão.
Recomendações do Empirismo
As recomendações do empirismo estão fundamentadas nas pesquisas e métodos quantitativos, em destaque:
- Basear a tomada de decisão em métodos científicos.
- Adquirir e validar o conhecimento teórico e prático via experiência, coleta e análise de fatos e dados.
- Trabalhar com ciclos curtos de PDCA para gerar informações, implementar planos e fazer ajustes mais rapidamente.
- Medir o valor das entregas para saber se as ideias, processos, produtos e serviços, atendem as necessidades dos clientes e o modelo de negócio.
- Focar nas atividades e tarefas chave do modelo de negócio … aplicar a lei de Pareto 80/20 – 20% do esforço corresponde a 80% dos resultados.
- Usar Ciência e Tecnologia da Informação e Inteligência artificial, como suporte cognitivo para suportar processos produtivos, projetos e campanhas.
Racionalistas
Os racionalistas acreditam que há uma razão para cada objeto ou fenômeno existir … tudo tem uma explicação, como a gravidade, a eletricidade,
O racionalismo tenta encontrar os princípios gerais já existentes (o homem não os criou) por trás de cada fenômeno, que são independentes da percepção de cada indivíduo do que é o conhecimento.
O resultado são teorias inquestionáveis explicando as leis do mundo ao nosso redor.
Desvantagem.
- O racionalismo sugere que as pessoas nascem com ideias inatas, verdades em um assunto em particular (como conceitos de matemática) que são parte de nossa natureza racional e nós precisamos apenas trazê-las à superfície.
- No entanto, como argumentam empiristas, existem pessoas que não conhecem e não conseguem entender noções simples, contradizendo a universalidade das ideias inatas.
- Outro ponto é que as leis ou lógica para descrever o mundo via argumentos e verdades, não são infalíveis, podem ser baseadas em enganos humanos.
- Em razão da falibilidade humana, os cientistas conduzem e não confiam apenas em argumentos lógicos e reforçam o carater realista e concreto do empirismo.
Comunicação Científica
Na Grécia antiga essa linha de pensamento regeu os conhecimentos científicos, sendo que a última expressão nesse sentido é a metafísica e as noções de ética.
Nesse sentido, essa separação tinha um caráter social muito forte, já que a prática na produção era considerada tarefa de escravos e comerciantes, enquanto o conhecimento filosófico e a sabedoria ficavam restritas à nobreza e aos homens livres.
Séculos mais tarde, o empirismo evoluiu, principalmente por meio de pensadores britânicos como Francis Bacon, Thomas Hobbes e John Locke.
Formular um enunciado acerca da realidade nunca foi uma tarefa fácil, visto que a linguagem sempre se mostrou insuficiente na hora de exprimir a variedade de sensações que sentimos ao viver.
Parece que existe uma distância imensurável entre o “apreender” e o “dizer aquilo que foi apreendido”, como se ambas as ações fizessem parte de mundos distintos – cada qual com seus próprios referenciais e direcionamentos.
Mas não é esse o caso: falamos sobre aquilo que vemos, aquilo que ouvimos, aquilo que sentimos, aquilo que experimentamos… e queremos sempre ser precisos ao comunicar ao outro isto aí que nos afeta, que nos irrita, que nos assombra, que nos entristece e que nos alegra.
É assim que a filosofia teve seu início, como uma atividade reflexiva que objetiva comunicar de forma precisa aquilo que nos afeta. Para isso, no entanto, ela precisou formular conceitos que na verdade são termos capazes de exprimir aspectos variados da realidade. Todo conceito, portanto, deve ser objetivo e, conquanto não tão claro em um primeiro momento, capaz de apontar com facilidade aquilo que pretende designar. Se pensarmos, por exemplo, nos gregos, o povo que deu origem ao pensamento filosófico, podemos elencar uma lista de conceitos distintos que visavam exprimir uma mesma realidade – disputando entre si a capacidade de melhor comunicá-la.
A “água”, o “apeiron”, o “ar”, o “devir”, o “ser”, o “átomo”, a “ideia”, a “forma”, a “substância” são todos conceitos criados por filósofos gregos e que pretendem comunicar o que é a natureza e aquilo que faz com que ela permaneça sendo o que é, mesmo depois do fim de alguns de seus elementos. Isso porque o tempo histórico em que viviam demandava esse tipo de reflexão, uma vez que as narrativas míticas que antes promoviam as respostas para a origem e a constituição do mundo passaram a se mostrar insuficientes.
Era necessário encontrar novas respostas e, por conseguinte, novas maneiras de exprimi-las. Não foi por acaso, portanto, que a filosofia teve sua origem junto com a ciência, pois na medida em que esta procurava extrair respostas da natureza, aquela criava conceitos para comunicá-las (REALE, 1993; LONG, 2008; VERNANT, 2015).
E em todo o tempo histórico encontramos essa mesma linha de raciocínio. Por vezes, a filosofia encontrou sozinha suas respostas e criou seus próprios conceitos, mas em boa parte do tempo – principalmente a partir da Modernidade – contou com a ajuda da ciência. Uma influencia diretamente a outra, na medida em que o compreender é também comunicar. E não queremos com isso apenas apontar a necessidade de um outro no processo de apreensão, mas também indicar que o conhecimento pressupõe sempre a passagem do mundo exterior ao interior, do objetivo ao subjetivo, e isso por si só já é comunicação, sem precisar que o movimento inverso seja realizado.
A ciência, portanto, por ser um instrumento objetivo capaz de entender a realidade, é o instrumento mais influente na construção de novos conceitos. Até mesmo aqueles que já foram elaborados antes do nascimento de alguns âmbitos científicos sofreram mudanças significativas com o seu avanço. Já a filosofia, por sua vez, procura entender qual é a ligação que determinado conceito tem com o conhecimento científico e em que sentido ele contribui ou deixa de contribuir para as investigações da ciência. Ela, portanto, auxilia no desenvolvimento da ciência na medida em que repensa as maneiras como comunicamos as novas descobertas, redefinindo e criando novos conceitos que possam melhor referenciar a realidade aquilo que se quer apresentar.
Assim, cada tempo histórico tem seus próprios conceitos que os representam e é tarefa da filosofia procurar exprimi-los. Em nossos dias, alguns acontecimentos parecem nos distanciar um pouco da Modernidade. Com a Revolução Industrial e o crescente avanço tecnológico de um mundo pós-guerra, o homem sentiu a necessidade de discutir sobre a preservação, a seleção e a disseminação da informação.
O que antes se resumia a apenas alguns livros impressos por ano, hoje tomou enormes proporções, impossibilitando que tenhamos acesso a tudo aquilo que é escrito. Ademais, o digital nos trouxe experiências inéditas, alargando a própria capacidade que tínhamos de adquirir e comunicar o conhecimento. A comunicação entre máquinas extrapola a relação entre mim e o mundo, trazendo um terceiro elemento para além das correspondências “sujeito-objeto” e “objeto-sujeito”.
A Ciência da Informação surge, portanto, para estudar alguns desses novos aspectos da realidade contemporânea. Floridi (2010, p. 39) propõe que o seu objeto de pesquisa é a “informação”, em um sentido fraco do termo, com a especificidade de que ela esteja registrada em alguma interface, documento. O desenvolvimento da pesquisa sobre a Filosofia da Informação no Brasil, particularmente, articulada ao campo da Ciência da Informação, é uma proposta teórica que ainda busca por validações e refutações pelo corpo de pesquisadores, assunto ignorado ou não considerado relevantes desde 2002, a partir da publicação do artigo “What is the Philosophy of Information?” (FLORIDI, 2002).
Formular um enunciado acerca da realidade nunca foi uma tarefa fácil, visto que a linguagem sempre se mostrou insuficiente na hora de exprimir a variedade de sensações que sentimos ao viver. Parece que existe uma distância imensurável entre o “apreender” e o “dizer aquilo que foi apreendido”, como se ambas as ações fizessem parte de mundos distintos – cada qual com seus próprios referenciais e direcionamentos. Mas não é esse o caso: falamos sobre aquilo que vemos, aquilo que ouvimos, aquilo que sentimos, aquilo que experimentamos… e queremos sempre ser precisos ao comunicar ao outro isto aí que nos afeta, que nos irrita, que nos assombra, que nos entristece e que nos alegra.
É assim que a filosofia teve seu início, como uma atividade reflexiva que objetiva comunicar de forma precisa aquilo que nos afeta. Para isso, no entanto, ela precisou formular conceitos que na verdade são termos capazes de exprimir aspectos variados da realidade. Todo conceito, portanto, deve ser objetivo e, conquanto não tão claro em um primeiro momento, capaz de apontar com facilidade aquilo que pretende designar. Se pensarmos, por exemplo, nos gregos, o povo que deu origem ao pensamento filosófico, podemos elencar uma lista de conceitos distintos que visavam exprimir uma mesma realidade – disputando entre si a capacidade de melhor comunicá-la.
A “água”, o “apeiron”, o “ar”, o “devir”, o “ser”, o “átomo”, a “ideia”, a “forma”, a “substância” são todos conceitos criados por filósofos gregos e que pretendem comunicar o que é a natureza e aquilo que faz com que ela permaneça sendo o que é, mesmo depois do fim de alguns de seus elementos. Isso porque o tempo histórico em que viviam demandava esse tipo de reflexão, uma vez que as narrativas míticas que antes promoviam as respostas para a origem e a constituição do mundo passaram a se mostrar insuficientes.
Era necessário encontrar novas respostas e, por conseguinte, novas maneiras de exprimi-las. Não foi por acaso, portanto, que a filosofia teve sua origem junto com a ciência, pois na medida em que esta procurava extrair respostas da natureza, aquela criava conceitos para comunicá-las (REALE, 1993; LONG, 2008; VERNANT, 2015).
E em todo o tempo histórico encontramos essa mesma linha de raciocínio. Por vezes, a filosofia encontrou sozinha suas respostas e criou seus próprios conceitos, mas em boa parte do tempo – principalmente a partir da Modernidade – contou com a ajuda da ciência. Uma influencia diretamente a outra, na medida em que o compreender é também comunicar. E não queremos com isso apenas apontar a necessidade de um outro no processo de apreensão, mas também indicar que o conhecimento pressupõe sempre a passagem do mundo exterior ao interior, do objetivo ao subjetivo, e isso por si só já é comunicação, sem precisar que o movimento inverso seja realizado.
A ciência, portanto, por ser um instrumento objetivo capaz de entender a realidade, é o instrumento mais influente na construção de novos conceitos. Até mesmo aqueles que já foram elaborados antes do nascimento de alguns âmbitos científicos sofreram mudanças significativas com o seu avanço. Já a filosofia, por sua vez, procura entender qual é a ligação que determinado conceito tem com o conhecimento científico e em que sentido ele contribui ou deixa de contribuir para as investigações da ciência. Ela, portanto, auxilia no desenvolvimento da ciência na medida em que repensa as maneiras como comunicamos as novas descobertas, redefinindo e criando novos conceitos que possam melhor referenciar a realidade aquilo que se quer apresentar.
Assim, cada tempo histórico tem seus próprios conceitos que os representam e é tarefa da filosofia procurar exprimi-los. Em nossos dias, alguns acontecimentos parecem nos distanciar um pouco da Modernidade. Com a Revolução Industrial e o crescente avanço tecnológico de um mundo pós-guerra, o homem sentiu a necessidade de discutir sobre a preservação, a seleção e a disseminação da informação.
O que antes se resumia a apenas alguns livros impressos por ano, hoje tomou enormes proporções, impossibilitando que tenhamos acesso a tudo aquilo que é escrito. Ademais, o digital nos trouxe experiências inéditas, alargando a própria capacidade que tínhamos de adquirir e comunicar o conhecimento. A comunicação entre máquinas extrapola a relação entre mim e o mundo, trazendo um terceiro elemento para além das correspondências “sujeito-objeto” e “objeto-sujeito”.
A Ciência da Informação surge, portanto, para estudar alguns desses novos aspectos da realidade contemporânea. Floridi (2010, p. 39) propõe que o seu objeto de pesquisa é a “informação”, em um sentido fraco do termo, com a especificidade de que ela esteja registrada em alguma interface, documento. O desenvolvimento da pesquisa sobre a Filosofia da Informação no Brasil, particularmente, articulada ao campo da Ciência da Informação, é uma proposta teórica que ainda busca por validações e refutações pelo corpo de pesquisadores, assunto ignorado ou não considerado relevantes desde 2002, a partir da publicação do artigo “What is the Philosophy of Information?” (FLORIDI, 2002).