O Racionalismo é frequentemente contrastado com o Empirismo, mas são complementares e formas duais de representar a mesma realidade.
Ambas correntes foram concebidos na Grécia há 2500 anos e evoluiram ao longo do tempo.
O “antagonismo inteligente” e dialético, entre as duas correntes filosóficas – racionalismo e empirismo – não só foi a geratriz de quase todas as correntes filosóficas, como também está na gênese do surgimento da ciência e método científico.
Máxima do Empirismo … “todas as ideias nos chegam a posteriori “, através da experiência … “primazia da existência“.
Máxima do Racionalismo … “chegamos ao conhecimento verdadeiro a priori – através do uso da lógica … “primazia da razão“.
O método filósófíco racionaliza a razão enquanto o método científico testa a razão na prática, via os sentidos.
Racionalismo e empirismo não são formas de pensar necessariamente conflitantes e esse mesmo raciocínio se aplica à outras correntes filosóficas.
A segmentação do pensamento filosófico nas suas várias correntes não significa apenas conflitos e sim evoluções e novas formas de tratar o mesmo problema fundamental, criar fronteiras, perspectivas e limites de aplicação.
Podemos ser racionalistas em matemática ou em uma determinada área da matemática e empiristas em todas ou algumas das ciências físicas.
Racionalismo e empirismo só entram em conflito quando formulados para abranger o mesmo assunto.
A “disputa” ou “dualismo” entre empirismo e racionalismo mostra o quanto dependemos da experiência sensorial, envolvendo nossos cinco sentidos e quanto dependemos também da experiência reflexiva, incluindo a percepção consciente de nossas operações mentais.
A experiência sensorial nos permite adquirir conhecimento de objetos externos, enquanto a racionalização ou consciência de nossas operações mentais é responsável pela aquisição do conhecimento internos da nossa mente.
Na realidade, ninguém se enquadra perfeitamente numa ou outra corrente filosófica, é ao contrário, cada sujeito usa e combina esses vários tipos de pensamentos para socializar, tomar decisões, resolver problemas, desenvolver bens e serviços.
Descartes, por exemplo, um racionalista paradigmático tinha claras tendências empiristas.
Por outro lado, Locke, que é considerado um empirista paradigmático, argumentou que a razão está em pé de igualdade com a experiência.
Racionalismo e Empirismo, e outras correntes de pensamento, como o pragmatismo, objetivismo, construtivismo são formas de pensar que podem e devem ser acionadas de forma combinada, de acordo com situações planejadas e não planejadas.
Os empiristas acreditam que aprendemos sobre o mundo através da experiência pregressa, enquanto para os racionalistas, acreditam que a razão é a base para se entender qualquer coisa.
Ambas as visões podem ajudar alguém a obter conhecimento, com vantagens e desvantagens.
Nossos sentidos “não mentem”, em circunstâncias normais e a experiência pode demonstrar se um fenômeno se repete e portanto obedece certas leis ou se aconteceu ao acaso.
Os cientistas, por exemplo, usam experimentos para observar a realidade, coletar fatos e dados, fazer hipoteses, fazer experimentos testar hipóteses, usando um método científico.
A experiência é necessária, mas a percepção não é universal e sim subjetiva.
O que uma pessoa percebe como verdadeiro pode ser falso para outra.
Por exemplo, um objeto pode ser percebido de forma diferente pelos sentidos.
A percepção da realidade e sua interpretação é unuca para cada ser humano, ou seja é diferente.
Além disso, a percepção também é afetada por fatores externos: o mesmo experimento sob diferentes condições (temperatura, por exemplo) pode render resultados diferentes, despercebidamente para um pesquisador descuidado ou um profissional diante de um processo de tomada de decisão.
Recomendações do Empirismo
As recomendações do empirismo estão fundamentadas nas pesquisas e métodos quantitativos, em destaque:
Basear a tomada de decisão em métodos científicos.
Adquirir e validar o conhecimento teórico e prático via experiência, coleta e análise de fatos e dados.
Trabalhar com ciclos curtos de PDCA para gerar informações, implementar planos e fazer ajustes mais rapidamente.
Medir o valor das entregas para saber se as ideias, processos, produtos e serviços, atendem as necessidades dos clientes e o modelo de negócio.
Focar nas atividades e tarefas chave do modelo de negócio … aplicar a lei de Pareto 80/20 – 20% do esforço corresponde a 80% dos resultados.
Usar Ciência e Tecnologia da Informação e Inteligência artificial, como suporte cognitivo para suportar processos produtivos, projetos e campanhas.
Recomendações do Racionalismo
Os racionalistas acreditam que há uma razão para cada objeto ou fenômeno existir.
Tudo tem uma explicação, como a gravidade, a eletricidade, ETC.
O racionalismo tenta encontrar os princípios gerais já existentes (o homem não os criou) por trás de cada fenômeno, que são independentes da percepção de cada indivíduo do que é o conhecimento.
O resultado do “racionalismo correto” são teorias inquestionáveis explicando as leis do mundo ao nosso redor.
Cuidados e desvantagens do Racionalismo
O racionalismo acredita que pessoas nascem com ideias inatas, verdades em um assunto em particular, como conceitos de matemática, que são parte de nossa natureza racional e nós precisamos apenas trazê-las à superfície.
No entanto, como argumentam os empiristas, existem pessoas que não conhecem e não conseguem entender noções simples, contradizendo a universalidade das ideias inatas.
Outro ponto é que as leis ou lógica para descrever o mundo via argumentos e verdades, não são infalíveis, podem ser baseadas em enganos humanos, ou limitadas a um contexto e escopo, cujas fronteiras nem sempre são distinguíveis ou fáceis de perceber.
Em razão da falibilidade humana, os cientistas conduzem e não confiam apenas em argumentos lógicos e reforçam o carater realista e concreto do empirismo.