Quais os custos de uma aplicação a serem avaliados na migração para cloud?
Qualquer aplicação tem vários custos associados. É necessário que sejam parametrizados para que possam ser comparados. Veja uma lista de possíveis custos:
- Custo de servidor (a) – para este e todos os outros componentes de hardware o interesse específico está no custo total de propriedade anual, o qual normalmente consiste do custo do suporte do hardware mais algum custo de amortização da compra do hardware.
- Custos de armazenamento (b) – Nos casos onde é usado SAN (storage área network) e NAS (network attached store), é necessário calcular um custo proporcional sobre o custo total SAN e NAS, incluindo custos de gerência e suporte para o hardware.
- Custos de rede (c) – Essa necessidade deve ser avaliada com cuidado. O fato de uma aplicação migrar para a nuvem não significa que o tráfego de rede que ela gera desaparece. Por exemplo, os dados podem ser retirados de uma base de dados na nuvem e serem incluídos no data warehouse.
- Custos de arquivo e backup (d) – Os custos reais de salvamento e backup dependem de como será a estratégia de backup quando a aplicação migra para a nuvem. Idem para salvamento. Todos os backups serão feitos na nuvem? Será necessário manter um percentual de backup dos dados críticos?
- Custos de recuperação de desastres (e) – Na teoria, os serviços de cloud têm seu próprio sistema de recuperação de desastre. No entanto, é necessário entender qual é realmente a capacidade de recuperação de desastre do provedor. Nem todos os provedores têm a mesma definição de recuperação de desastre. A gerência de TI precisa avaliar o nível de suporte que o provedor oferece.
- Custos de infraestrutura do datacenter (f) – São vários custos, eletricidade, espaço, manutenção predial, que não podem ser atribuídas a uma aplicação individual, mas de uma forma geral podem ser parametrizados em termos de custos por metro quadrado do hardware, que roda a aplicação, ocupa. Uma recomendação é calcular o “fator de espaço” para cada aplicação. Por exemplo se o seu datacenter está com apenas 40% de ocupação, a economia de direcionar capacidade adicional para nuvem não é viável financeiramente. No entanto, se a ocupação for de 90% e a taxa de crescimento é de 10% ao ano, isso significa que você está prestes a fazer um grande investimento e a solução de cloud pode ser uma escolha muito mais econômica.
- Custos de plataforma (g) – algumas aplicações rodam em sistemas operacionais específicos – Windows, Linux, HP-UX, IBM zOS, e assim por diante. Quais são os custos anuais de manutenção do ambiente operacional da aplicação?
- Custos de manutenção de software empacotado (h) – De uma forma geral esse custo é simples e mais fácil de ser controlado, já que ele está inserido no nos custos de manutenção anual de software.
- Custos de manutenção de software in-house (i) – este custo existe para todos os softwares in-house, mas pode não estar detalhado no nível de aplicação. Por exemplo, licenças de base de dados podem ser usadas por diferentes aplicações e podem estar calculadas no nível corporativo. Pode ser necessário alocar esses custos de base de dados por aplicação.
- Custos de suporte de help desk (j) – Qual a contribuição da aplicação nas atividades de help desk? Quais os custos gerais aplicados a todas as aplicações? Existem custos que irão desaparecer com a migração para cloud? Quais as aplicações que demandam mais suporte? Entender diferentes requerimentos de suporte é um fator chave para migrar para cloud.
- Custos de pessoal para suporte operacional (k) – existe um conjunto de custos operacionais diários associados com processar as várias aplicações. Alguns custos são gerais e aplicados à todas aplicações, como exemplo a equipe de suporte para todas as coisas, como armazenamento, gerência de rede, manutenção, conectividade, segurança. Existem também atividades específicas para uma dada aplicação, por exemplo gerenciamento de base de dados, gerência de desempenho,
- Custos de software de infraestrutura (l) – existem vários softwares de gerenciamento de infraestrutura em uso nas instalações, com custos associados. Esses não são facilmente alocados no nível de aplicação.
Agora, podemos definir o custo total de propriedade de uma aplicação (ou do inglês TCAO – Total Cust of Application Ownership) como sendo:
TCAO = a+b+c+d+e+f+g+h+i+j+k+l
Para ser completo, devemos calcular esses parâmetros para cada aplicação e garantir que a soma total de todos os custos de cada aplicação confere com o custo total do datacenter. Se existir alguma discrepância, é sinal que o modelo precisa ser ajustado.