Compreender determinantes da complexidade da solução de problemas e sua influência sobre o desempenho do operador humano. Adota-se, ao longo do presente texto, para o termo operador, o mesmo significado utilizado por Guèrin e colaboradores (1997), qual seja: “toda pessoa que exerce uma atividade profissional, quaisquer que sejam suas características (ofício, classificação profissional, sexo, etc)”.
lgumas interfaces interdisciplinares são mais ressaltadas, como no caso da “engenharia dos sistemas cognitivos“ e a análise cognitiva aplicada na elucidação das relações entre modelos cognitivos e trabalho cooperativo (Rasmussen, 1994), numa abordagem de “cognição compartilhada“ ou distribuída em redes de cooperação.
A compreensão dos fatores que produzem a complexidade para a atividade cognitiva do operador, as demandas cognitivas que a complexidade impõe e os problemas que surgem quando essas demandas não são atendidas são objetivos centrais das análises propostas pela engenharia cognitiva.
propor novos métodos e ferramentas para o funcionamento dos processos de produção.
Entretanto, ao contrário das engenharias que se baseiam apenas nas leis das ciências da natureza, busca compreender o funcionamento da cognição humana, em situações práticas, como ingrediente imprescindível a sua atribuição de “engenharia”, qual seja, a de propor novas “ferramentas cognitivas” que aprimorem a performance tanto do operador quanto dos dispositivos tecnológicos empregados.
A segurança de instalações industriais e os meios de evitar acidentes de diferentes espécies estão relacionados, em grande parte, à compreensão da “cognição nos contextos de ação“, ou seja, “em situação“ (Lave, 1991).
Inclusive no setor de serviços, os instrumentos teóricos e metodológicos da engenharia cognitiva têm sido úteis na elucidação de estratégias cognitivas que agregam valor a um serviço e incrementam o desempenho econômico. Sobre essas estratégias articuladas no campo da cognição humana e que se materializam em resultados concretos, é bem pertinente a pesquisa de Bouyer (2004), a qual discute como uma boa “relação – de – uso cognitiva“, em dispositivos de comunicação on-line, pode surgir do cuidado com as questões envolvendo a memória de trabalho, atenção consciente e assimilação da informação digital.
“Será que o processo de trabalho é algo completamente compreendido? Não há nenhum aspecto a ser descoberto?” (Salerno, 2004).
As funções cognitivas subjacentes ao trabalho em atividades mais complexas são determinantes da “fluidez” do processo produtivo.
Isso fica claro nas situações de “ruptura” ou de “fratura” (Winograd e Flores, 1986) com o fluxo normal das operações, o que ocorre em conseqüência das interdições cognitivas que incidem sobre esse “trabalho cognitivo subjacente”.
A forma como o processo de trabalho, garante a “fluidez” da produção, está dada pela ativação de níveis de controle do comportamento baseados em regras e conhecimentos.
Jens Rasmussen (especialista em fatores humanos)