Teoria do Conhecimento ou Corrente Filosófica é um conjunto de ideias, teorias, princípios básicos e “ferramentas qualitativas” para ajudar o sujeito, grupos sociais e empresa, a “pensar e perceber o mundo” de forma filosófica, artística e científica … orientar a investigar relações de causa e efeito entre o sujeito, objeto, interações e ambiente.
Platão … Primazia das Ideias
Os sentidos determinam a experimentação das coisas e o entendimento dos fatos, enquanto o mundo inteligível é aquele no qual a razão é que determina o entendimento das coisas.
Platão.
A epistemologia ganha notoriedade e teoria robusta e consistente com Platão.
O mundo real é o mundo das ideias, em que as experiências sensíveis não têm efetiva importância porque são subjetivas.
Por exemplo … para os idealistas (racionalistas, universalistas) como Platão, o conceito universal de mesa, captura características gerais pertencentes a todas as mesas … mesas com três pernas, com quatro, de madeira, de vidro ou de plástico…
Para o “platonismo” o mais importante é a alma, aquilo que está dentro de nós mesmos e onde está a realidade e para isso, é necessário “abandonar” o sensível e experiência.
Na teoria do conhecimento de Platão é necessário que a pessoa esteja “equipada intelectualmente” para interpretar a realidade, lidar com suas próprias buscas, descobertas e paradigmas.
Aristóteles … Primazia dos Sentidos
De forma contrária, a corrente aristotélica, ou empirista acredita e formula sua teoria na existência de particulares e conceitua o universal como uma coisa inexistente
Aristóteles, discípulo de Platão, tinha uma visão empirista diametralmente antagônica a de Platão, onde os sentidos são a primazia do conhecimento.
Por exemplo … para os empiristas o mais importante são as particularidades de cada mesa; não existe um conceito de mesa comum ou entidade “mesa”.
René Descartes … Racionalismo
O cartesianismo é um movimento intelectual suscitado pelo pensamento filosófico de René Descartes durante os séculos XVII e XVIII.
O conhecimento humano é inato, ou seja, nasce com o ser humano.
Os sentidos são falhos e distorcem a imagem do mundo … não somos uma “tábula rasa”, diferente da teoria de Aristóteles.
Tábula rasa significa começar sem conhecimento ou ideias anteriores.
Os sentidos só têm valor sob o comando da razão
Descartes também criou o plano cartesiano e estabeleceu um método para a filosofia que a aproximava da geometria.
A razão é o fundamento último do conhecimento humano … é a que dá segurança na busca da verdade
A máxima do Pragmatismo é … “O conteúdo de conceitos e hipóteses é função das consequências práticas”. (Charles Sanders Peirce).
Pragmatismo é um tipo de empirismo.
Prima pelo prático, objetivo e bom senso.
Tem origem e desenvolvimento nos Estados Unidos, no final do século 19 e no início do século 20, à partir de discussões entre Charles Sanders Peirce e William James, na década de 1870.
Charles Peirce (1839–1914) foi altamente influente no método científico empírico de hoje, não rejeitou o racionalismo, concordou com as idéias principais do racionalismo de Descartes e considerava que os conceitos racionais são significativos e se compõe e complementa a filosofia prática e a experiência empírica.
Uma das principais contribuições de Peirce foi colocar o raciocínio indutivo e dedutivo em modo complementar ao invés de competitivo.
Acrescentou o conceito de raciocínio abdutivo, que é uma classe especial do pensamento indutivo e muito utilizado na ciência, via método científico.
Essas três formas combinadas de raciocínio lógico – dedutivo, indutivo e abdutivo – servem como base conceitual primária para o método científico corrente nos dias de hoje.
Vygotsky … teoria sócio construtivista ou sócio interacionista
Enfatiza a importância das interações sociais no desenvolvimento cognitivo, sendo o aprendizado um processo socialmente mediado, onde o conhecimento é construído através de diálogos e colaborações.
Aprendemos através das nossas interações com os outros e com o ambiente ao nosso redor.
O desenvolvimento intelectual é fundamentalmente moldado pelo contexto cultural e pelas relações sociais (diferentemente de teorias que colocam o desenvolvimento individual no centro).
Gestores e empresas (escolas) são responsáveis em desenvolver a “cultura construtivista” centrada nos valores da empresa.
Símbolos culturais devem ser usados como “pontes para aquisição de novos conhecimentos.
Aprendizagem deve ser concebida como experiência social, mediada pela linguagem empresarial e planos de ação gerenciados.
O conceito de professor/gestor muda para mediador/gestor, com função explícita, importante e ativa no “processo de aprendizagem” e na maneira como o profissional e time adquirem conhecimento.
O objetivo principal da relação de mediação é conduzir indivíduos e times obterem conhecimento da forma mais eficiente, adequada e colaborativa, construir times.
Buscar relações de cooperação, respeito, desenvolvimento entre os pares, não impor e sim conscientizar.
A empresa deve assimilar, adequar, equlibrar linguagens e ferramentas continuamente.
Um conceito-chave para o trabalho e aprendizado em rede é a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) … que mede qualitativamente, a diferença entre o que uma pessoa pode aprender sozinha e o que ela pode aprender com a ajuda de outros, colegas, facilitadores, mediadores.
Piaget … Teoria de Piaget ou teoria genética
O indivíduo se desenvolve a partir da ação sobre o meio em que está inserido, priorizando, a princípio, os fatores biológicos que podem influenciar seu desenvolvimento mental.
A teoria de Piaget se baseia na ideia de que o conhecimento é construído a partir da interação entre o indivíduo e o ambiente.
Estuda o processo de assimilação, adaptação e equilibração do conhecimento.
A adaptação é uma característica central ao longo da vida do sujeito, desde o nascimento e os vários estágios.
A educação deve oferecer a descoberta e a construção do conhecimento através de atividades desafiadoras.
O conhecimento não está no sujeito (organismo), tampouco no objeto (meio), mas é decorrente das contínuas interações entre os dois.
Ayn Randon … Objetivismo
O objetivismo pode ser conceituado como um ramo do pragmatismo.
Contrasta com o construtivismo, mas pode trabalhar em sinergia.
O objetivismo acredita que praticamente todos os humanos podem entender a realidade da mesma maneira, é baseado no modelo de “transmissão e processamento de informação” onde a figura do “mediador” é fundamental, para transmitir conceitos e desenvolver princípios.
A maioria dos estudiosos de gestão na empresa abraçam fortemente o construtivismo e rejeitam amplamente o objetivismo, como teoria do conhecimento, mas existem exceções na conjugação dessas duas correntes.
No construtivismo, em contraste, cada pessoa concebe a realidade de forma diferente, cria suas zonas de aprendizagem proximal de acordo com as necessidades e objetivos coletivos da empresa e individuais … o objetivismo nesses casos pode ser usado para criar fronteiras, limites, paradigmas, para facilitar o “caminho do meio” e dar autonomia controlada.
Dessa forma, o objetivismo pode conviver com o construtivismo, como uma ferramenta complementar de mediação e metacognição, para aprendizado de “nível superior conceitual” e agregar valor especial na aceleração e autonomia do sujeito no ambiente empresarial em áreas chave da proposta de valor da empresa.
Foram apresentadas várias correntes filosóficas.
Ajudar a compreender questões qualitativas relevantes da vida, que envolvem a moral, ética, existência, verdade, linguagem, lógica, conhecimento, resolução de problemas e tomada de decisões
Conscientizar que as várias correntes filosóficas são ferramentas de um “kit de ferramentas filosóficas” que se complementam e foram discutidas e aprimoradas ao longo de mais de 2500 anos. pelo menos.
Entenda correntes filosóficas ou teorias do conhecimento como ferramentas qualitativas para ajudar você, grupos sociais e empresa, a pensar e perceber relações de causa e efeito no planos estratégico (longo prazo), tático (médio prazo) e operacional (curto prazo) da pessoa e coletividade.
Compreenda os principais conceitos de cada teoria de conhecimento para orientar os seus “modelos metacognitivos de mais alto nível”, para influenciar modelagens mentais.