Dialética é uma ferramenta da filosofia, usada para desenvolver a análise, síntese, aprendizagem, explicação, resolução de problemas e tomada de decisão.
É um discurso entre duas ou mais pessoas com diferentes pontos de vista sobre um assunto, mas que desejam estabelecer a verdade por meio do raciocínio e argumentação.
É um método colaborativo, usa perguntas e problemas filosóficos como ferramentas para construir um conhecimento e compreensão específica sobre algo.
Está na base da filosofia e métodos qualitativos, que envolvem a natureza humana, orientam procedimentos de pesquisa sobre objetos de estudo que requerem descrições e análises não numéricas de um determinado fenômeno … é uma metodologia indutiva.
Assemelha-se ao “debate positivista” que exclui subjetividade, onde não vale apelo emocional e se valoriza a cooperação para desenvolver a compreensão.
A dialética testa a falseabilidade ( a qualidade de alguma coisa ser falsa) e tem caráter construtivista (analisar relação, interação a autoconsciência da experiência).
Contrasta com “erística”, cujo objetivo é ganhar uma discussão, usar artifícios, brechas na lógica informal, deixando a verdade num segundo plano.
A dialética tem um importante aspécto didático, onde uma pessoa ensina para a outra, questiona, rebate, aprofunda na busca de uma síntese que explique melhor o conceito em foco e crie novos conceitos.
Tipos de Dialética.
No tempo de Sócrates a dialética era usada pelos sofistas, e criticada por ele, como um modo de iludir, através das palavras um auditório, via a “erística” (do grego: eristiké, “discussão”), ao invés de servir para buscar a verdade e tornar o auditório ativo e não passivo.
É com Hegel que a dialética vai assumir uma posição forte nunca antes vista.
Não só como o processo do pensamento, mas do próprio real: ” … todo o existente é dialético, tudo comunga do mesmo modo de evolução: a dialética”.
No método hegeliano, tudo evolui através de três momentos: 1) primeiro uma afirmação, 2) depois uma negação e, finalmente, 3) uma negação dessa negação.
A inovação introduzida pela dialética de Hegel é o fato de o segundo momento, a negação, ser entendida como uma afirmação em sentido oposto à do primeiro momento.
Por outro lado o terceiro momento não se limita a ser a negação do anterior, mas um momento em que se supera a tese (afirmação) e a antítese (negação), contendo-as simultaneamente (englobando-as).
Com Marx, a dialética hegeliana é criticada e sofre uma inversão, mantendo-se apenas o método ou estrutura … ao invés do processo significar a elevação da matéria à qualidade de espírito, é apenas matéria (por isso materialismo dialético) e um mecanismo revolucionário do processo histórico social movido exclusivamente por forças materiais, traduzidas pela força bruta das revoluções que pretendem alterar o sentido da história.
A dialética pode ser norteada por 4 leis: 1) ação recíproca, 2) mudança dialética, 3) passagem da quantidade a qualidade e 4) interpenetração dos contrários.
No ponto de vista dialético, o mundo é um complexo conjunto em desenvolvimento, que tudo vive de maneira dependente, como uma rede, portanto não se deve analisar um objeto isoladamente.
É uma disciplina filosófica que teve dois grandes momentos, um com Sócrates e outro com Hegel.