
Todas as perguntas e respostas que fazemos para nós, pessoa ou empresa, já foram estudas (ou estão em estudo) pela filosofia e ciências atreladas.
A filosofia cria, estuda e avalia a ciência … ambas andam perfeitamente alinhadas, dependentes e sinérgicas.
Cientistas são filósofos e vice versa … e todos nós, de “filósofos e cientistas” temos um pouco.
E para nos diferenciarmos na multidão e ganharmos vantagem competitiva, precisamos ter “mais do que um pouco”.
Olhe ao seu redor e veja … “toda a pessoa ou empresa bem sucedida tem um bom alicerce filosófico”.
É a lei de causa e efeito (*)
(*)
“Lei de causa e efeito é um princípio universal, que significa que “o acaso não existe”.
Um dos princípios da lógica é a causalidade, daí a afirmação de que todo efeito tem uma causa.
Essa causa pode ser boa ou ruim, promovendo respectivamente resultados positivos ou negativos.
Perguntas filosóficas são as “principais” ferramentas da filosofia.
Buscam:
- resolver problemas “novos”.
- dar sentido a questões que parecem não dar sentido, mesmo quando temos todas as informações.
- desenvolver novas perspectivas.
- ir além de “respostas estabelecidas”.
- abordar questões de crenças fundamentais.
- pensar complexo, não empírico … pensar crítico e criativo.
O que é uma Pergunta Filosófica?
A Pergunta Filosófica “não” depende de fatos e dados.
Para responder uma pergunta filosófica, não importa quanta informação seja coletada no processo de aprendizagem.
Fatos e Dados “não” são suficientes e não determinam a resposta a perguntas filosófica do tipo: “O que é isso? (por exemplo).
A resposta a pergunta filosófica sempre pode ser questionada por outras visões contrastantes … e são essas visões que a fortalecem.
A Perguntas Filosóficas exige que usemos o nosso próprio “raciocínio, investigação e julgamento”.
Tem haver com Construtivismo.
São perguntas que estão conectadas a vários outros “ramos de perguntas”.
Precisamos usar nosso próprio raciocínio, investigação e julgamento para chegar a uma resposta.
O pensamento filosófico vai além de simplesmente coletar ou lembrar informações.
Envolve fazer uma série de movimentos cognitivos inter-relacionados e muitas vezes exigentes para resolver questões abstratas e intangíveis (Bloom, 1964).
Quando Aplicar
As Perguntas Filosóficas são “caracteristicamente” usadas nos pensamentos Crítico e Criativo.
“Acionam” e “Estruturam” formas mais complexas de pensar.
São essenciais nas seguintes situações:
Esclarecer significados … explorar grupos de conceitos relacionados.
Descobrir suposições e pressuposições … identificar hipóteses ou teorias provisórias.
Analisar conceitos … segmentar em conceitos mais simples e facilitar a compreensão e resolução de problemas.
Considerar a validade de processos de raciocínio … analisar se argumentos e expressões lógicas estão corretos.
Investigar as implicações de ideias … selecionar “certas ideias, em vez de outras”.
(Lipman, 1980).
As Perguntas Filosóficas não procuram respostas terminais e sim “caminhos” ou alternativas geram “folhas e galhos”.
Quando aplicamos a filosofia empresarial, não procuramos por uma “resposta terminal” já que isso não oferece opções, mas dar a melhor solução temporária, sabendo que uma melhor poderá vir pela frente.
Uma boa “resposta filosófica” é como uma vela no escuro – fornece luz e mistério, ilumina e ao mesmo tempo revela os contornos do desconhecido e indica que há muito mais a ser investigado e aprendido.
As perguntas filosóficas “indicam caminhos”, são fios condutores, para encontrar as suas verdades … conectam crenças, valores, propósitos, objetivos, regras, comportamentos, conceitos, princípios, problemas e soluções.
Os Problemas Filosóficos ocorrem “não por falta” de conhecimento, mas pela “incapacidade de dar sentido a algo.
É como estar diante de um jogo de quebra cabeça com todas as peças e não conseguir encaixá-las todas.
É como ter dificuldade de dividir um todo nas suas partes ou sintetizar um todo à partir delas.
Os problemas e perguntas filosóficos envolvem o investigativo, surpreendente, intrigante ou enigmático.
Ocorrem quando buscamos saber mais, conhecimento mais complexos ou vantagens competitivas.
Porque usar.
Porque os Problemas e Perguntas Filosóficas ocorrem?
As perguntas filosóficas ocorrem em função ou de dúvida uma (incerteza = falta de informação suficiente) ou ignorância (total falta de informação).
Sinalizam a necessidade de aprendizagem, ganho de mais informação e conhecimento e por conseguinte, um nível maior de criticidade num assunto (inteligência).
É quando o seu sistema de crenças, diz: opa! parece faltar alguma coisa aqui!
As perguntas filosóficas têm a capacidade de tocar o nosso “sistema de crenças” … essa é uma boa forma de identificá-las e usá-las.
As vantagens competitivas são como aqueles frutos mais frondosos e distantes, que precisam de mais perícia no emprego das perguntas filosóficas, para alcança-los nos galhos mais extremo da árvore do seu saber ou domínio de conhecimento.
Para a filosofia correto e incorreto ou certo e errado são padrões grosseiros de avaliação das coisas humanas … não têm a precisão necessária
Ou seja, as perguntas filosóficas” não”resolvem um problema específico e sim uma classe de problemas.
Não visam resolver o problema de uma vez e sim dá margem que outros desafiem a resolução, apontem questões que consideramos.
Logo, correto/incorreto ou certo/errado são padrões muito grosseiros de usar, não são adequados, já que ignoram a riqueza e a profundidade de diferentes soluções filosóficas.
Para julgar os méritos de uma resolução filosófica, precisamos distinguir entre raciocínio melhor e pior, não respostas certas e erradas.

Como Avaliar a Qualidade das Perguntas Filosóficas.
Mesmo que não existem respostas “certas” para questões filosóficas via experimentos ou pesquisas, lendo sobre o assunto, fazendo cálculos ou consultando especialistas, podemos decidir quais são as melhores respostas usando outros padrões mais sutis.
Lipman sugere os seguinte critérios …
- Imparcialidade … não privilegiar ninguém e nenhuma parte.
- Abrangência … alcance, domínios, dimensões.
- Consistência … coerência de ideias, regularidade, perseverança.
- Precisão … exatidão, certeza, rigor, sintetismo.
- Relevância … importância, interesse, valor, significância.
- Aceitabilidade …
- Suficiência
Observações.
Podemos usar esses padrões de bom raciocínio para avaliar nossas diferentes resoluções filosóficas.
Uma resolução bem fundamentada, imparcial, abrangente e coerente é melhor do que uma que não o seja.
Mais uma vez, não é uma questão de ser certo ou errado, e sim melhor ou pior.
Os Tipos de Perguntas Filosóficas
Avaliativas.
Conceituais
Metafísicas.
Fenomenológicas.
Epistemológica.
Perguntas Avaliativas
PERGUNTAS AVALIATIVAS identificam problemas filosóficos sobre nossos VALORES.
Exemplos de Perguntas Avaliativas.
- O que é certo ou errado?
- Como avaliar o retorno do conhecimento?
- O que é justo ou injusto?
- O que é bonito ou feito?
- O que devemos ou não fazer?
- Qual a justificativa para nossos valores e preferências?
- Qual o valor disso?
- Como devo agir nessa situação?
- Devo sempre tentar saber mais coisas?
- A falta de conhecimento é sempre ruim?
- O conhecimento é valioso? Por quê?
- etc.
Perguntas Conceituais
As PERGUNTAS CONCEITUAIS identificam problemas filosóficos sobre o SIGNIFICADO.
- resolver ambiguidades.
- identificar inconsistências na explicação ou compreensão.
- diferenciar conceitos.
- analisar conexões e diferenças entre conceitos.
- identificar contexto.
Exemplos de Perguntas Conceituais
- O que é isso?
- O que é aprender?
- O que significa aprender algo?
- Podemos aprender sem ensinar?
- Aprender implica mudança? Implica melhoria?
Perguntas Metafísicas
As PERGUNTAS METAFÍSICAS Identificam problemas filosóficos sobre a REALIDADE, ESSÊNCIA e NATUREZA da empresa e negócios.
São as perguntas mais fundamentais das perguntas filosóficas.
Têm o objetivo de ir além daquilo que todo mundo vê e sabe … entender e criar essencialidades.
EstudaR os “primeiros princípios”, ou “princípios fundamentais” que a empresa e as pessoas irão seguir.
Identificar categorias, conceitos, estruturas e modelos para conceber e suportar propósitos, objetivos e estratégias.
AvaliaR a identidade da empresa, suas características que a identificam e diferenciam no mercado.
Exemplos de Perguntas Metafísicas
Qual a percepção de valor da nossa marca no mercado?
Qual a proposta de valor da empresa?
Porque “fazer isso ao invés de nada“?
Temos “livre arbítrio”?
Essa decisão depende apenas da nossa vontade?
Quais são as nossas vantagens e desvantagens competitivas?
Qual a “diferença fundamental” entre essas necessidades que atendemos?
Qual essência ou conceito fundamental dessa oferta, produto, serviço ou solução? Qual o fio condutor?
Quais os clientes ideais para a nossa empresa ou para este negócio ou para essa oferta?
Qual a “categoria de problemas” (problemática) que resolvemos?
O que propor para ir além daquilo que todo mundo propõe atualmente no mercado?
Qual o foco, singularidade e mensagem da nossa proposta:?
Qual a nossa consciência sobre a situação atual?
Por que existe algo ou devemos fazer “isso”, ao invés de nada?
Temos livre arbítrio?
Esse ato de questionar – realmente importa?
Fenomenológico
As PERGUNTAS FENOMENOLÓGICAS identificam problemas filosóficos sobre APARÊNCIA, NATUREZA e SIGNIFICADO das EXPERIÊNCIAS da EMPRESA.
A fenomenologia busca criar condições para o estudo objetivo de tópicos geralmente considerados subjetivos, como:
Embora a fenomenologia procure ser científica, ela não tenta estudar a consciência da perspectiva da psicologia clínica ou da neurologia. Em vez disso, procura, através da reflexão sistemática, determinar as propriedades e estruturas essenciais da experiência.
estudo dos fenômenos, daquilo que aparece à consciência, buscando explorá-lo.
de nossas experiências e a interpretação de nossas vidas como elas são vividas.
Em vez de investigar o que nossos conceitos significam ou a essência das coisas, procuramos descrever os objetos de nossa experiência (Howarth, 2005).
Essas perguntas nos ajudam a resolver quaisquer características desconcertantes de como são nossas experiências, como elas aparecem para nós ou o que elas significam para nós. Por exemplo, se pensarmos em liberdade, poderíamos perguntar:
- Como é ser livre?
- Qual é o significado ou a importância da liberdade para nossas vidas?
- Uma experiência de liberdade na sala de aula muda a forma como a escola é para nós?
Epistemológico
As questões epistemológicas identificam problemas filosóficos sobre a natureza de nosso conhecimento, julgamentos e justificativas, bem como nossos critérios de certeza, crença e evidência. Essas perguntas nos ajudam a resolver incertezas sobre o que sabemos, como sabemos essas coisas e quais critérios podemos usar para julgar. Por exemplo, se pensarmos nos direitos das crianças, poderíamos perguntar:
- Como sabemos quais são os direitos das crianças?
- Que critérios poderíamos usar para saber se uma criança tem direitos específicos?
- Estamos justificados em acreditar que as crianças têm direitos?
Implicações desta visão de questões filosóficas
As questões filosóficas são ferramentas que apontam, isolam e articulam problemas filosóficos. Usamos essas ferramentas para tentar fornecer soluções filosóficas para problemas filosóficos.
A filosofia começa com problemas. As questões filosóficas são ferramentas que nos ajudam a descobrir problemas e incoerências, que depois investigamos e esclarecemos. Nesse sentido, atuam como tochas que iluminam a escuridão. Eles também são ferramentas para focar em aspectos particulares dos problemas. Nesse sentido, são como lupas ou telescópios. Eles também são como pás, pás ou bisturis que nos ajudam a desenterrar as preocupações problemáticas.
Uma implicação dessa visão é que precisamos de questões filosóficas que visem explorar um problema filosófico para fazer filosofia. Fazer uma pergunta filosófica não levará a uma investigação filosófica se for feita com o propósito errado. Por exemplo, se um professor fizer uma pergunta filosófica como “O racismo é sempre ruim?” com a intenção de levar os alunos à resposta preferida do professor, então o resultado não será filosofia. Os alunos não estão sendo convidados a resolver um problema filosófico, mas apenas são solicitados a descobrir qual resposta o professor acha que é correta. Da mesma forma, se não estivermos usando questões filosóficas, não teremos investigação filosófica. Por exemplo, o problema filosófico sobre o objetivo ou propósito da educação não pode ser resolvido perguntando “Qual é o currículo em Cingapura?” Esta questão não é uma ferramenta suficientemente afiada para resolver este problema filosófico. No entanto, sempre podemos desenvolver novas questões filosóficas que serão úteis para resolver nosso problema filosófico, por exemplo, “O quedeveria ser o objetivo da educação?”
Uma segunda implicação é que ao perguntar, responder ou pensar sobre questões filosóficas, é importante entender o problema filosófico para o qual as questões apontam. Se eu perguntar “Qual é o objetivo da educação?” com um propósito filosófico, não estou interessado em um relato histórico ou no que está nos documentos curriculares atuais (embora isso seja informativo). Se eu perguntar “O que significa aprender?” com um propósito filosófico, não estou interessado nas causas psicológicas, biológicas ou sociais da aprendizagem. Estou mais interessado no significado e definição de aprendizagem e na avaliação de nossas razões para escolher um significado em detrimento de outro. Este é o problema filosófico .
Isso significa que, por exemplo, se alguém que lê esta coleção pensa que as questões filosóficas são respondidas pela coleta de mais conhecimento, não ficará satisfeito com o que lerá. Eles esperarão que os autores apenas lhes digam as respostas corretas e ficarão frustrados porque os autores não o fazem. Isso ocorre porque eles não entendem o propósito das questões filosóficas.
Além disso, se não tivermos uma experiência do problema filosófico que está sendo explorado, as questões levantadas, a discussão realizada e as resoluções sugeridas não terão sentido para nós. A filosofia da educação só faz sentido para nós se lidar com um problema que percebemos como um problema. Damos sentido a um problema filosófico resolvendo-o. Mas se não “vermos” o problema, não seremos capazes de apreciar uma solução e, portanto, não lhe daremos sentido.
A implicação final é que devemos começar a fazer filosofia da educação com a disposição de enfrentar questões e problemas difíceis sobre a educação. Temos que estar dispostos a descobrir e confrontar o que não faz sentido em nossas próprias visões preciosas sobre educação. Devemos desafiar o incontestável. Devemos deliberadamente encontrar problemas que tornem nossas visões seguras e tranquilizadoras mais inseguras (Lipman, 2004). Porque isso é inquietante, demorado, complexo e difícil, parafraseando Lipman (1988) um pouco, poderíamos dizer que é preciso coragem para fazer filosofia da educação.